Doria diz que resultado representa "novos ventos" e reconhece peso da Lava Jato

João Doria Jr. (PSDB) candidato eleito hoje (2) em primeiro turno à prefeitura de São Paulo agradeceu, no diretório estadual do seu partido, os votos recebidos. Ele disse que sua gestão não será partidarizada e sua administração será dedicada aos mais necessitados, moradores da periferia da cidade. Doria reconheceu ainda a influência da operação Lava Jato na sua eleição e disse que sua vitória mostra “novos ventos” na política brasileira.
João Doria
João Doria disse que sua gestão não será partidarizadaPSDB-SP/Divulgação
“A nossa gestão será uma gestão para todos. Não será uma gestão particularizada, partidarizada, para os que votaram em nós, será uma gestão aberta, inovadora, transformadora, moderna, jovem, digital, para transformar São Paulo”, disse durante a comemoração.
Doria reconheceu também que o peso da operação Lava Jato foi “substantivo” para sua eleição, e que as manifestações de rua, contra a corrupção realizadas nos últimos dois anos na capital paulista colaboraram com a vitória.
“[O peso da Operação Lava Jato] foi substantivo sim. O povo de São Paulo deu um voto anti-PT, contra a corrupção, contra a má gestão, isso ficou muito claro. Os programas e as propostas que apresentamos também contagiaram a cidade. Mas houve um sentimento, aliás sentimento expresso pelas ruas nos dois últimos anos. Esse sentimento venceu”, disse.
Doria ressaltou o ineditismo de sua vitória em primeiro turno na capital paulista e também o sucesso de uma chapa “puro sangue” do PSDB paulista, com candidato e vice do mesmo partido, o que não ocorria desde 1992.
“Percebam quantos fatos novos foram gerados nessa eleição: uma chapa pura que desde 1992 não havia no PSDB. Uma vitória, no primeiro turno, inédita na história, desde que foi criada a eleição em dois turnos. Um empresário eleito prefeito de São Paulo também nunca aconteceu. São fatos novos, que mostram um novo ar, um novo vento, uma nova conduta da política brasileira”, disse.
Geraldo Alckmin
João Doria fez seu discurso da vitória e sua entrevista coletiva sempre ao lado do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, a quem fez repetidos agradecimentos. Doria destacou que apoia uma eventual candidatura em 2018 do governador à presidência da República. Antes, ao dizer que Alckmin o inspirava, Doria foi interrompido pela plateia, que gritou “Brasil para frente, Geraldo presidente”.
“Dependerá muito de nós, de vocês, povo de São Paulo, dos brasileiros, de todos os rincões desse país. Se ele for candidato a presidência da República, ele terá o apoio do povo brasileiro pela sua trajetória e sua biografia”, disse.
Alckmin, em um breve discurso, voltou a defender as eleições prévias, que escolheram Doria como candidato do PSDB, e elogiou o empresário. “O João trabalhador, que se identifica com essa grande metrópole, João madrugador, João inovador. Fez campanha leve, sem ataques, que ganhou a confiança da nossa população. [Ele é um] fenômeno eleitoral”, disse.
Por vezes, a militância do PSDB interrompeu os discursos das lideranças do partido cantando bordões que ficaram conhecidos durante as manifestações de rua como “a nossa bandeira jamais será vermelha”, e “fora PT”.
Discurso conciliador
João Doria disse que sua gestão será marcada pela união e pelo trabalho coletivo. Ele disse que conversará com o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para fazer uma transição adequada. “Temos de respeitar aqueles que estão lá porque eles foram eleitos também”, disse.
O candidato eleito ainda agradeceu a ligações dos seus concorrentes, a quem disse ter consideração. “O meu respeito e minha consideração. Não foi fácil disputar campanha tão importante. Dez candidatos que disputaram conosco, o nosso respeito”. ABr
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