Mas avaliação é de que produtores ainda necessitam de mecanismos para garantir renda após perdas da safra passada
Com o clima colaborando no plantio e preços acima da média dos últimos anos, os produtores de arroz devem abrir a colheita do grão neste ano com esperança de alta produtividade. Entretanto, as perdas da safra anterior, que chegaram a 16%, o que ocasionou a falta de renda de parte dos arrozeiros gaúchos, além da alta dos custos de produção, devem trazer cautela para o setor. Neste ano, a Abertura oficial da Colheita do Arroz, que chega à sua vigésima-sétima edição, ocorrerá na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha (RS), de 16 a 18 de fevereiro.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, lembra que a Abertura da Colheita vai ser realizada logo no início do período comercial. Salienta que possivelmente o produtor entrará embalado na próxima safra no que diz respeito à preços em virtude de estoques muito mais baixos não só no Brasil mas em todo o Mercosul. "Isto é positivo para o início da safra, mas não quer dizer que esta questão se manterá durante a colheita, pois existe um movimento histórico de depressão de preços neste período. Estamos trabalhando com um preço teto de R$ 45,00 a saca, podendo ter oscilações, com um piso de R$ 40,00", projeta.
Dornelles reforça que o atual momento também é propício para o mercado externo, especialmente pelo movimento do dólar. O dirigente da Federarroz analisa que, apesar da maior atuação no mercado doméstico, o câmbio fortalece as exportações para o mercado internacional, diminuindo a pressão interna e também dificulta a concorrência com o arroz importado. Para este período, a previsão é que tenhamos um dólar mais valorizado do que a média dos últimos meses de 2016, dando assim um viés produtivo aos preços com sustentação. Os movimentos internacionais de comercialização podem dinamizar ainda mais o mercado em relação ao Brasil. O México ainda poderá ser um cliente futuro surpresa para este ano", acredita.
No entanto, o cenário global deve ter reflexos com a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, trazendo mudanças no mercado internacional de arroz e soja. O presidente da Federarroz pontua ainda que, mesmo com o aumento das cotações do arroz no último ano, para muitos isto não foi suficiente para suplantar a perda de produtividade da safra passada e estes produtores vão enfrentar o próximo período sem alguns recursos devido à quebra. "Esperamos anúncios durante a Abertura da Colheita de volumes consideráveis de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM) e Financiamento Para Garantia de Preço ao Produtor (FGPP), que um atenderá aos produtores e outro as indústrias para formarem capital de giro para a compra do arroz, além do pré-custeio. Este último é fundamental pois o arrozeiro costuma fazer desembolsos antes da entrada da próxima safra. Foto: Flavio Burin/Federarroz/Divulgação
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