Atual líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), lançou na tarde desta segunda-feira, 9, sua candidatura à presidência da Casa com um discurso de aproximação do Legislativo com a sociedade. Em 36 minutos de apresentação ao vivo de suas propostas no Facebook, Rosso defendeu a aprovação da Reforma da Previdência "sem atropelo" ou "açodamento" e disse estar seguro de que o projeto do governo sofrerá mudanças.
Do jeito que ela chegou não será aprovada, não terá mais de 308 votos necessários (para aprová-la). Ela vai sofrer alterações", previu. A um público que chegou a pouco mais de 830 internautas acompanhando a transmissão, o deputado disse que a Reforma da Previdência tem de comportar não só as demandas do governo como evitar injustiças sociais.
Diferentemente da tradição na Casa, Rosso disse que resolveu lançar sua candidatura de forma mais simples, "sem demonstração de força" política, por considerar que a internet é o meio mais democrático de aproximar a sociedade dos parlamentares. Pressionado pela cúpula do PSD a desistir da candidatura em favor da recondução do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rosso fez questão de dizer que seu nome "representa o PSD".
Vestido com uma camiseta da Chapecoense, Rosso pregou a união e anunciou que a bancada da sigla vai apresentar emendas neste ano para a construção de um museu em memória das vítimas do acidente aéreo na Colômbia. Aos internautas, Rosso disse que se eleito priorizará uma agenda legislativa com temas econômicos e sociais, privilegiando a retomada do protagonismo da Câmara. Com um papel nas mãos, apresentou o slogan de sua candidatura: "Câmara forte, unida e respeitada".
Reformas
Aos expectadores, Rosso pregou a aprovação da Reforma Tributária e disse que a Casa tem um acervo de propostas sobre o tema suficiente para levar o assunto à discussão. Para o parlamentar, a retomada do crescimento depende da aprovação da Reforma Tributária. "A gente precisa enfrentar isso com rapidez", pregou.
Falando em "reforma de custos", Rosso também defendeu mudanças na legislação trabalhista para flexibilizar a modalidade de contratação e gerar mais empregos. "É a reforma de custos da produtividade brasileira", resumiu. Ainda na área econômica, Rosso disse que se for eleito pelos deputados vai retomar o projeto parado na Casa sobre o novo Código de Mineração. "Serão bilhões e bilhões a mais de recursos proporcionados pela modernização da lei", sustentou.
O deputado disse que a segurança pública no País "está um caos" e que os massacres acontecidos no Norte do País eram "tragédias anunciadas", uma vez que uma CPI na Câmara investigou a situação nos presídios. Ele sugeriu a criação de um Ministério da Segurança Pública para tratar do tema e também propôs a retomada da discussão do projeto que reformula o Estatuto do Desarmamento, tema que, segundo ele, "precisa ser enfrentado".
Pregando redução de despesas na Câmara, Rosso prometeu que se eleito encerrará as sessões plenárias às 21h e argumentou que não é produtivo realizar sessões até tarde da noite. "Não é positivo sessões de madrugada", declarou. Ele criticou a forma como a pauta é feita na gestão Rodrigo Maia, disse que os pareceres para votação são elaborados de última hora e sugeriu um melhor planejamento dos trabalhos. "A Câmara tem sido reativa e não tem sido propositiva", completou.
Durante a apresentação, Rosso recebeu perguntas dos internautas. Ele se comprometeu a instalar a CPI da UNE, disse que votou a favor do relatório de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) no pacote das medidas anticorrupção, afirmou que a lei sobre o abuso de autoridade deveria ser discutida em projeto separado do pacote e defendeu a realização de uma Reforma Política "para evitar a proliferação de partidos com acesso ao fundo partidário".
Questionado se Maia deveria ser impedido de presidir a Câmara por ter nascido no Chile, Rosso desconversou e insistiu que a Constituição veda a reeleição de um parlamentar ao mesmo cargo que ocupou e na mesma legislatura. Ele insistiu na realização de um debate entre os candidatos à presidência da Câmara, alegando que se o cargo permite que o parlamentar pode substituir o presidente da República, a população deve conhecer bem quem ocupa o posto. "É em respeito à sociedade", apelou (Estadão) Foto: Câmara dos Deputados
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