Em 12 anos, partidos tradicionais vão do auge à descrença política no Congresso

Após 12 anos com o PT, MDB e PSDB representando as maiores bancadas da Câmara dos Deputados, a hegemonia foi rompida. Se em 2006, as três siglas ocupavam quase metade das cadeiras da Casa, em 2018, elegeram representantes para apenas 23% das vagas. No período, foram de 238 representantes para 119: perderam 50% das cadeiras.
MDB e PSDB se viram superados por partidos, como o PSL, que se tornou a segunda maior bancada, impulsionada pela candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência. Mesmo assim, o PT segue o partido com maior representatividade, mas com redução de 33% do número de eleitos se comparado com 2006, quando reelegeu Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo mandato ao Planalto.
O auge do Partido dos Trabalhadores nesses 12 anos foi em 2010, quando 88 deputados federais da sigla foram eleitos. Era a maior bancada da Casa, ultrapassando o MDB que em 2006 liderava. Quatro anos depois, quando Dilma Rousseff foi eleita para o segundo mandato, o PT elegeu 70 deputados - mesmo com a queda dos eleitos, o partido se manteve com a maior bancada. Na atual eleição, foram 56 deputados federais. 
Nos últimos 12 anos, o MDB reduziu, gradualmente, o número de candidatos eleitos.O auge do partido neste período foi em 2006, quando a bancada emedebista era a maior da Câmara com 89 deputados. Em 2010, caiu para 79 - sendo ultrapassado pelo PT. Em 2014, o partido elegeu 66 candidatos e, neste ano, o número caiu quase pela metade. A sigla do presidente Michel Temer terá apenas 34 representantes na próxima legislatura. A queda do partido foi de 62% em 12 anos.
Mas a sigla que teve os piores números desta eleição foi o PSDB. De 2006 a 2014, o partido era terceira maior bancada, com 66 deputados em 2006, 53, em 2010, e 54, em 2014. Mas, no pleito de 2018, caiu para a nona posição ao eleger apenas 29 candidatos. Em 12 anos, a queda do PSDB foi 56,07%.
A redução do número de candidatos eleitos por grandes partidos abriu espaço para que novas legendas emplacassem seus candidatos. Com o resultado do pleito de domingo, 30 partidos estarão representados na Câmara dos Deputados, o maior número desde a redemocratização. Em 2014, eram 28, em 2010, 22, e, em 2006, 21, em 2002, 19 e, em 1998, 18.
Neste troca de cadeiras, o PSL foi a sigla que mais se beneficiou. Em 2006, o partido não tinha nenhum representante na Câmara dos Deputados. Em 2010 e 2014, conseguiu eleger apenas um representante em cada pleito. Em 2018, no entanto, o partido tornou-se a segunda maior bancada (atrás apenas do PT) com 52 deputados.
Sem participar das eleições de 2014, Rede Sustentabilidade e Novo conseguiram, neste ano, representatividade para o próximo ano na Câmara dos Deputados. Rede elegeu a primeira mulher indígena da Casa. A candidata Joenia Batista de Carvalho, a Joenia Wapichana, assegurou uma cadeira no Congresso por Roraima.
O Novo, por sua vez, conseguiu eleger oito deputados. Os novos postulantes foram escolhidos por São Paulo (3), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1) e Santa Catarina (1). O candidato da sigla pelo RS, Marcel van Hattem, foi inclusive o deputado federal mais votado no Estado.
(Correio do Povo) Foto: Notariado
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