A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara volta a se
reunir, pela primeira vez desde a aprovação, no dia 24 de abril, da PEC
33, que submete ao Legislativo decisões do Supremo Tribunal Federal
sobre emendas constitucionais. A reunião está marcada para esta terça às
14h30, e deve ser marcada por um ato de desagravo.O presidente da
comissão, deputado Décio Lima (PT-SC), prepara discurso para defender a
aprovação da proposta. Ele avalia que a matéria, de autoria do deputado
Nazareno Fonteles (PT-PI), não viola a Constituição e enxerga excessos
na condução da episódio.
A inclusão na pauta e a aprovação da emenda teve o aval majoritário
do PT de São Paulo, que tem sete integrantes no colegiado. Entre eles
estão dois condenados no mensalão que integram a CCJ: José Genoino e
João Paulo Cunha. Genoino, inclusive, participou da votação, que durou
38 segundos. A matéria entrou na pauta pela primeira vez em dezembro,
pelas mãos do então presidente da CCJ, Ricardo Berzoini (PT-SP).
Lima avalia que o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), se
equivocou na condução do episódio. Acha que Alves não zelou pela
autonomia do Legislativo, muito menos da CCJ, ao engavetar a proposta.
“Será um discurso de afirmação da comissão”, afirma Lima. “Esse debate
tem de agasalhar o sentimento de autoestima dos membros da CCJ. Nosso
ímpeto não deve ser de se curvar. Nós seguimos zelosamente os princípios
constitucionais.”
Logo após a votação na CCJ, Alves anunciou que encomendaria, a
técnicos, levantamento sobre o “aspecto jurídico da questão”. Depois
adiantou que não instalaria a comissão especial para analisar o mérito
da PEC 33. Na visão do petista, o tom é de subserviência.
“Essa Casa precisa ter altivez. É a Casa da elaboração das leis, não
de despacho de um outro poder. Também não é uma Casa acessória. É uma
Casa de essência, somos a porta de entrada da democracia. Não vamos ser
uma entidade subserviente a ninguém. Temos de sair fortalecidos, e não
medrosos desse episódio”, afirmou o deputado que preside a CCJ.
Lima não vê a PEC 33 como uma afronta ao Supremo. Pondera que a
comissão superou uma etapa inicial, de mera admissibilidade da emenda
constitucional da matéria. E sustenta que o debate sobre o mérito apenas
fortaleceria a democracia e as instituições.“Esse debate faz bem à
democracia e fortalece as instituições. Ninguém saiu ferido, saíram
feridos os autoritários que não querem o debate democrático”, concluiu o
deputado.AE
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