A consultoria Eurasia, com sede em Washington, avalia em relatório
divulgado nesta segunda-feira, 21, que a presidente Dilma Rousseff pode
continuar perdendo popularidade em maio, mas ainda tem 70% de chance de
ganhar a eleição em outubro no segundo turno. A margem, porém, seria bem
mais apertada que em eleições anteriores do PT. Para a Eurasia, o
pré-candidato Eduardo Campos (PSB) é a principal ameaça à Dilma, e não
Aécio Neves (PSDB). "Enquanto a taxa de aprovação da presidente vem
caindo, ela ainda não alcançou um nível que consideraríamos crítico para
as chances de a presidente vencer a eleição", afirma o relatório,
assinado pelo diretor responsável por Mercados Emergentes e América
Latina na Eurasia, Christopher Garman, e pelo diretor para América
Latina, João Augusto de Castro Neves.
Mas ao
contrário das outras três eleições presidenciais em que o PT venceu o
segundo turno com certa folga, neste pleito o embate pode ser mais
apertado, avalia a Eurasia. A consultoria prevê uma vitória de Dilma em
outubro com "quatro a seis pontos" de vantagem, margem mais estreita que
os 13 a 22 pontos das eleições anteriores. A Eurasia cita no documento
de hoje uma pesquisa feita pelo Ipsos Public Affairs e pela consultoria
em 200 eleições pelo mundo. Os presidentes que têm taxa de aprovação
pela escala binária (que mede apenas aprovação/reprovação) entre 40% e
60% seis meses antes das eleições são reeleitos em 85% das vezes. O
relatório cita a última pesquisa do Ibope, que mostra a taxa de
aprovação (binária) de Dilma caindo de 51% em março para 47% em abril,
ou seja, ainda dentro da margem do estudo.
A inflação do
Brasil deve continuar alta, no topo da meta do Banco Central, o que deve
ter reflexos negativos na popularidade de Dilma, especialmente em meio à
fraca atividade econômica. Por isso, a Eurasia não descarta nova queda
da aprovação da presidente em maio, mas avalia que Dilma pode estar já
chegando em seu pior nível de aprovação e que uma recuperação nas taxas
pode começar quando a campanha para as eleições esquentar. Uma maior
participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha pode
ajudar, bem como os níveis baixos de desemprego no Brasil, avalia a
consultoria.
Uma eventual CPI da Petrobras no Congresso
teria impacto limitado na imagem da presidente, afirmam os analistas. A
consultoria não descarta manifestações menores e isoladas durante a Copa
do Mundo, mas não prevê grande mudança nas pesquisas eleitorais no
período. "Protestos são um fator de risco, mas a repetição de
manifestações maciças como em junho do ano passado é muito improvável",
afirma a Eurásia. Já os candidatos da oposição tendem a ter maiores
chances de ganhar pontos nas pesquisas a partir de agosto, avalia a
consultoria, quando começa a campanha na televisão e eles ganham mais
exposição. "Achamos pouco provável a vitória de Dilma no primeiro turno.
A expectativa por uma vitória da oposição provavelmente deve atingir um
pico durante esta fase da campanha (na televisão)", destaca o
relatório.
Marina.
No caso de Campos, a
vice Marina Silva deve ajudar a trazer votos para ele na campanha,
ressalta a Eurasia. A consultoria norte-americana lembra que Marina
conseguiu 19% dos votos na eleição de 2010 "com muito pouco dinheiro e
tempo na TV". Agora, com Campos, ela terá mais tempo e mais recursos
para a campanha. Para a Eurasia, Campos é o "novo elemento" desta
eleição, representando para a classe média uma opção ao PT e ao PSDB,
que polarizaram as eleições nos últimos anos. AE
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